Contagem Regressiva

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Jogos Indescritíveis. Parte 2.

Antes de começar, gostaria de dizer que estou na euforia de alguém que completou um jogo emocionante e, por isso, este post pode ser EXTREMAMENTE LONGO. Somente leiam se de fato estiverem interessados no meu ponto de vista a respeito do suposto jogo. Caso contrário, tem uma barrinha de navegação bem aí do lado. Obrigado pela compreensão.

Agora, de volta ao post: galera, Kingdom Hearts! Esse é o nome da pérola! Quando eu completei o primeiro jogo, apesar de ficar bem emocionado com tamanha qualidade numa história que muitos diziam ser "pra criança" (só não tem sangue, mas se fosse adaptado pra filme, faria muito adulto chorar, EU GARANTO!!!), admito que a história "enrolada" me confundiu um pouco... Enfim, graças ao meu primo amigo camarada Leone, que fez um ato de caridade ao deixar seu amado Playstation 2 comigo por um bom tempo, pude concluir um capítulo que há muito tempo se mantinha aberto na minha mente. Claro que ainda tem buracos, mas agora posso dizer que entendo pelo menos 200% a mais do que entendia quando concluí o primeiro jogo.

Enfim, sem mais delongas, vamos ao review:
Kingdom Hearts 2 é a continuação do título de mesmo nome desenvolvido pela Square-Enix em parceria com a Disney Entertainment. Embora a história seja própria, muitos elementos fazem referência a jogos da Square-Enix e o storyline segue o de diversos sucessos da Disney. Ou seja, um amálgama das duas empresas.

História: Tomando lugar após os acontecimentos de Kingdom Hearts: Chain of Memories (popularmente conhecido como "Kingdom Hearts 1.5", lançado originalmente para Game Boy Advance e, recentemente para Playstation 2 no Japão), a história mostra inicialmente um personagem chamado Roxas, habitante de Twilight Town, uma cidade tranquila. Roxas vive tranquilamente com seus amigos, até o momento em que passa a ter vários sonhos a respeito de alguém chamado Sora. Quem jogou e terminou KH:CoM sabe muito bem onde Sora está. Pra resumir sem fazer spoiler, Roxas começa a investigar quem é Sora, até o momento em que ele "sai de cena" e Sora "aparece".

Tá bom, não é exatamente assim, mas qualquer coisa que eu disser além disso vai revelar pontos importantíssimos da história, que só são revelados no desenrolar do jogo. Quero criar curiosidade na cabeça de vocês, hehe.
No final das contas, Sora está de volta. Não só ele como também o fiel escudeiro Pateta e o mago supremo Donald. Desta vez, após acabar com Ansem, que quis usar o poder do Kingdom Hearts para dominar os mundos, Sora vai à procura de seus amigos, Riku (que sumiu no final do primeiro jogo, após ajudar Mickey a selar o portão de Kingdom Hearts) e Kairi (que acaba ficando em Destiny Islands após a separação dos mundos). O problema é que existe uma organização que nosso herói terá de enfrentar antes de concretizar sua busca: se trata da Organização XIII (pronuncia-se "Organization Thirteen"), cujo objetivo é desconhecido até então, assim como seus 13 membros, que freqüentemente aparecem (para atrapalhar, lógico) na jornada de Sora pelos mundos que compôem o reino deste segundo jogo.

Falando em reino, são 15 mundos no total. Dentre eles: Twilight Town (cidade natal de Roxas), Hollow Bastion (agora em reconstrução, após os acontecimentos do primeiro jogo), Disney Castle, Atlantica (lar de Ariel, a Pequena Sereia), Port Royal (duas palavras: Jack Sparrow), Pride Lands (Simba, Timão e Pumbaa, preciso dizer mais algo?), Beast Castle (Bela e a Fera), Agrabah (Aladdin) e, é claro, Olympus Coliseum (Hércules). Normalmente, nos mundos conhecidos pelos sucessos Disney, boa parte da história te levará a refazer a história do respectivo mundo. Exemplo: em Atlantica, a história do clássico "A Pequena Sereia" será recontada, mas com alguns elementos próprios do jogo, o que leva o jogador a se envolver com a história e muitas vezes apontas coisas do tipo "Ei, mas isso não acontece na história verdadeira!". Pontos serão mudados para sugerir a bagunça que a organização está fazendo nos mundos. E daí, a história gigante de Kingdom Hearts vai sendo desvendada.

É um jogo que exige paciência, especialmente para o seu início. Para os viajantes de primeira jornada, saber o que é Kingdom Hearts e no entanto ter de controlar Roxas até que Sora apareça novamente pode se tornar uma tarefa monótona e chata. Mas com o retorno de Sora, a ação também passa a dar as caras. Frequentemente. Acredite quando eu digo que KH2 se divide em dois pedaços: Roxas e Sora. A "parte Roxas" é como se fosse aquela pílula com gosto horrível que o médico recomenda para que acabe aquela tosse incessante... Enquanto que a "parte Sora" é a tarde que você aproveita com a sua namorada, após tomar a maldita pílula de manhã. Sem tosse. XD

Os gráficos de um modo geral são fantásticos, no melhor sentido da palavra. Não são gráficos renderizados em última geração, mas captam perfeitamente o sentido do jogo: em cada mundo, Sora e trupe estarão sujeitos a natureza de tal. Em Halloween Town, por exemplo, Sora ganha uma fantasia de Halloween, Donald é uma múmia e Pateta parece mais um mendigo. Já em Pride Lands, Sora se transforma em um leãozinho, enquanto que Pateta vira uma tartaruga e Donald, um pássaro. Até mesmo a janela de comandos muda de design de acordo com o mundo visitado.

As armas: os "escolhidos" do jogo usam uma arma híbrida de espada com chave, chamada de Keyblade. Ao mesmo tempo em que é usada para a batalha, uma keyblade tem a habilidade de abrir ou selar portais, assim como estabelecer rotas entre os diversos mundos do jogo. Sora possui uma Keyblade chamada Kingdom Key, mas pode usar outras Keyblades, com habilidades diferentes, ao longo do jogo. Já Donald usa um cajado, que também pode ser substituído, bem como o escudo de Pateta. Apesar de serem personagens voltados ao meio infantil, em KH esqueça tudo o que você sabe sobre os personagens Disney. Apenas lembre-se que numa batalha feroz, eles fazem a diferença. Principalmente o Mickey. XD


Os modelos gráficos são muito bem feitos, mesclando a qualidade da Square-Enix com a deformidade cartunista já conhecida da Disney. Personagens famosos da Disney estão altamente fiéis as obras originais, e personagens de outros jogos da Square estão remodelados com detalhes bem legais. Teve personagem feminino que virou fada (quando você ver, vai concordar que ficou muito legal), Squall/Leon (ele tem crise de identidade no primeiro KH, então desisti de atribuir um nome a ele) ficou mais "playboy" do que já era, Cloud Strife está com o visual do filme (Advent Children) e até mesmo Sephiroth vai arrancar vários "Lindooooo" de vários jogadores masculinos, por mais machos que digam ser.

O controle continua do mesmo jeito que no Kingdom Hearts original. Altamente responsivo, praticamente os mesmo comandos, com algumas opções para personalizar de acordo com o seu gosto. Recomendo deixar na configuração padrão, pois é mais fácil de se acostumar, principalmente se você é um jogador que ficou "na geladeira" por um tempo após terminar o primeiro jogo.

A jogabilidade continua arrebentando. Uma das adições mais importantes e legais é o "Reaction Command" que é essencial no jogo, pois contra determinados inimigos, apenas bater e apanhar pode não ser a chave para a vitória... basicamente, qualquer evento no jogo é ativado através de um Reaction Command. Usar objetos, arremessar coisas, salvar o jogo... encare isso como o "botão de ação". Mas, definitivamente, o uso se dá em abundância durante as lutas, para quebrar a barreira impenetrável de algum inimigo forte, ou contra-atacar um ataque "sem defesa"... enfim, as opções são diversas.

O menu de comandos continua o mesmo, com algumas adições... dividido em duas partes, alternáveis com um simples toque para a esquerda no direcional digital (ou no segundo analógico, se assim você preferir ao configurar nas opções), temos Attack, Magic, Items e Drive na primeira parte, e Attack, Summon, Party e Limit. Pra quem não entendeu muita coisa, no primeiro menu, temos as opções de lançar Magias (atalho no botão L1), usar Itens e invocar Formas (falar sobre isso causa spoiler XD). No segundo, podemos invocar Parceiros (Summons), trocar os membros da batalha e usar Limits (comando conhecido da série Final Fantasy).

O som restaura todo o ambiente Disney, com o clima envolvente que só uma rpg da Square-Enix pode proporcionar. Além de Stereo e Mono, temos a opção de som Dolby Pro Logic II que, para quem tem um kit de som com suporte a tal, será um gosto a mais para desfrutar. De resto, só jogando. Só tenho uma reclamação a fazer: "One Winged Angel" poderia ter ficado muuuito melhor. Se mantessem a versão do primeiro KH, já estaria perfeito. Mas isso não estraga a batalha que acompanha tal música...

As vozes do jogo são bem famosas: os personagens Disney possuem as vozes de seus respectivos dubladores, idem aos personagens Square, exceto para Cloud Strife e Sephiroth (possuem as vozes do filme Advent Children). Roxas é dublado por Jesse McCartney (Cantor), Sora por Haley Joel Osment (Sexto Sentido), Riku por David Gallagher (seriado Sétimo Céu) e Kairi por Hayden Panettiere (Heroes).

...o que me lembra outro tópico: batalhas especiais. Muuuuitas side quests. Final secreto. Se você se divertiu resgatando os dálmatas e enfrentando torneios extras no primeiro jogo, vai simplesmente amar as sidequests desta versão. Colete todos os itens para o Moogle, habilite Gummi Ships em formas peculiares, enfrente Sephiroth. São apenas algumas das tarefas extras que vão te manter preso por muito tempo, mesmo após ter terminado este fabuloso jogo.

Falei algo sobre Moogle? Ah, é mesmo: uma das novidade é a habilidade de poder sintetizar itens, através do querido Moogle (também derivado da série Final Fantasy). Quando eu digo itens, é desde uma simples "Potion" até uma arma como a "Ultima Weapon". E tudo o que você tem que fazer é dar itens a ele. Itens esses deixados pelos inimigos ao longo da jornada.

Finalizando: na minha opinião, o único ponto baixo do jogo é a remasterização do "hino sagrado de Final Fantasy" One Winged Angel que poderia ser melhor... e o melhor de tudo é ver o Mickey, personagem outrora inocente e idiota da Disney, defendendo o trono de Rei com uma fúria indescritível... esqueça o que você sabe sobre Mickey e cia. e se prepare para ver até onde personagens de verdade vão para defender sua liberdade.
Update: Derrotei Sephiroth! Após horas de batalhas incessantes e ininterruptas, todas culminando na vitória do maldito monoalado (e uma batalha na qual zerei a energia dele, mas ele não podia morrer porque eu estava usando Berserk Rage, ou seja, não dá o golpe final do combo), finalmente consegui derrotá-lo e assistir a luta dele com nosso amigo voadinho... digo, Cloud. XD

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