Contagem Regressiva

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Jogos indescritíveis. Parte 1.

Bom, resolvi inaugurar essa sessão (a medida que eu for achando jogos da categoria, colocarei-os aqui) pois percebi que o mundo dos games anda meio na mesmice...

Essa semana fui na casa de um dos meus melhores amigos, Jorge Bruno, pelo menos duas vezes e em ambas jogamos algo que não quero mais ver por um bom tempo: Winning Eleven. Realmente gosto de WE e curto todas as vezes que jogo com meus amigos, mas se tem uma coisa da qual o mercado de games brasileiro precisa sair, é da mesmice do futebol. Cadê aquela galera que sempre ficava no flipper da esquina, reunida em grupos, jogando váários contras de KOF, partidas intermináveis de Side Pocket, trocando segredos em Metal Slug, destruindo personagens em Marvel vs. Capcom, e até mesmo jogando futebol... Super Sidekicks, o jogo de futebol mais divertido desde International Superstar Soccer. Hoje, todos se encontram em casa, no máximo com duas ou três pessoas, jogando WE. Acabou-se o relacionamento amigável (ou não) que se obtia na esquina mais próxima, com desconhecidos ou até mesmo com amigos que gostavam dos mesmos jogos que você, e você nem suspeitava.

Voltando ao assunto da mesmice: há um tempo atrás, falei pro meu amigo supracitado pegar uns jogos diferentes pra ver se ele gosta. Para acrescentar ao acervo dele, ofereci Okami, Shadow of Colossus, Ys: The Ark of Napishtim e Odin Sphere, entre muitos outros. Todos os citados tem notas acima de 8.0 em qualquer revista/site de games bem conceituado, por serem jogos que fazem um diferencial na indústria saturada de 3D Fightings/Futebol/FPS, e uma revolução dentro de seus próprios gêneros. Após testar os jogos, o máximo que consegui arrancar da boca de meu amigo foi a palavra "horrível". Opinião dele, contestar porque? Dei a chance dele fazer parte de um grupo que vê muito mais além de gráficos num jogo. Não vou falar muito sobre isso, pra não ocupar o post todo. A partir de hoje, quando jogar algum jogo excepcionalmente incrível, compartilharei essas informações aqui no blog, com todos os dados disponíveis, prós e contras, e deixarei o feeling por conta de vocês. Vamos ao jogo inaugural que me inspirou a construir essa área: SHADOW OF COLOSSUS.

Tenho o jogo há bastante tempo, mas nunca pude jogar por muito tempo para degustar e poder dizer de fato as minhas impressões finais a respeito do mesmo. Agora, com um PS2 temporariamente em casa e tempo suficiente, posso escrever com toda convicção que este é um jogo IMPERDÍVEL! Vamos a avaliação:

Shadow of the Colossus é um jogo com um conceito complicado, trazido ao PS2 pelo produtor Kenji Kaido e o designer Fumito Ueda, cujos nomes podem não ser famosos agora, mas serão lembrados futuramente. Tente lançar seu melhor comentário sobre o jogo, e ainda assim não traduz tudo o que essa obra de arte passa ao jogador.

Não sei por qual ponto começar, também nunca escrevi reviews de jogo, mas vou tentar me esforçar para passar a vocês as minhas impressões, emoções e decepções ao jogar SotC.

Começarei pela história. Aliás, pouco dela é contado durante o jogo. Tudo o que se sabe é que o protagonista, Wander, chega num imenso templo com uma bela dama nos braços. "She was sacrified", diz ele, na esperança de que algo possa ser feito para reaver a vida de sua amiga/amada. Então uma voz misteriosa (como em todo jogo de fantasia) ressoa informando-o que talvez isso seja possível. Mas para tal, ele precisa derrotar os Colossus, habitantes desse mundo imenso. E é nesse objetivo que você é largado. Você e seu fiel cavalo, Agro. Só. Ah, tem uma espada e um arco. Agora sim. Se vira. XD

O gráfico. O ponto mais comentado aqui. Ambientado num terreno de proporções inimagináveis, o que mais me chamou atenção logo nos primeiros minutos de jogo foi a imensidão do jogo, assim como a liberdade que é dada ao jogador: não existe aquela privação de objetivo do tipo "Você só pode acessar essa área após cumprir tal objetivo" ou o senso de missão a cumprir do personagem exclamado por "Não! Eu tenho que salvar fulana de tal, que corre perigo na área tal!". Você simplesmente é largado num mundo onde cada centímetro é explorável e cada ambiente é uma experiência nova.

Os cenários são muito variados, a geografia é de assustar. Tudo o que você ver no horizonte realmente está lá, e você pode chegar até lá. O personagem principal é igualmente detalhado e seus movimentos possuem o máximo de realismo possível, ao menos, no PS2. O jogo tem uma opção de Progressive Scan, adicionando bastante a atmosfera criada. O FPS é instável, podendo ocorrer slowdowns, mas isso passa quase sempre despercebido, é muito rápido. Aliás, esses slowdowns são disfarçados com perfeição por um efeito chamado "motion blur", que dá aquela idéia de imagem borrada. O visual do jogo é um visual de cinema, que embora seja um termo usado por muitos jogos, tem seu sentido real expressado nesse. Os inimigos são "apenas" os Colossos, mas não espere encontrar um deles com menos de dez metros de altura. A maioria fazem o protagonista parecer uma mosca. De resto, não consegui encontrar defeitos que prejudiquem a experiência, assim como bugs.

O som é comparável a sensação de estar realmente no jogo. Músicas só tocam quando realmente é necessário despertar a atenção do jogador, ou no decorrer de algum confronto com um Colosso. Ou seja, boa parte do jogo mantém o clima de campo, floresta, ou seja lá qual o ambiente no qual se encontra, juntamente com a respiração, os gritos e barulhos feitos pelo protagonista e seu cavalo. O jogo possui suporte a som Dolby Logic 5.1, o que provavelmente deve ampliar esse clima (não tenho home theater em casa para atestar essa possibilidade).

A interface do jogo não possui muitos pontos para serem levantados, muito menos questionados. O grande diferencial talvez seja o fato de quase sempre o jogo ficar sem indicadores expostos na tela. Eles só aparecem quando o jogador faz algo que exija referência de algum deles e mesmo assim, não aparecem todos de uma vez, como na maioria dos jogos. Após feito o último uso de algum deles, o mesmo demora cerca de dez segundos para sumir novamente da tela. A idéia é deixar uma imagem limpa sempre que possível para que o jogador atente a todos os detalhes.

Controle. Talvez o ponto mais fraco do jogo. Basicamente você usa o analógico esquerdo para movimentar o personagem, o direito para controle de câmera e o direcional digital para mudar de equipamento. Os botões possuem comandos como ataque, ação, chamar atenção, pular, mirar e agarrar. O único "ponto fraco" do controle talvez seja o tempo de resposta quando se faz uso do arco-e-flecha, ou melhor, quando se quer DEIXAR de fazer uso. Apenas isso. O personagem responde perfeitamente aos movimentos, e os comandos restantes são bem executados nos momentos mais cruciais.

A Diversão entra em ação quando o jogador resolve pôr o plano em prática: achar os Colossos na marra pode se tornar um evento frustrante, o que faz a arma do protagonista entrar em ação: atráves de um comando onde se reflete a luz do sol com a espada, é possível localizar onde o inimigo se encontra (seguindo o facho de luz que a espada refletir). A mesma espada é posta em ação para acertar os pontos vitais das criaturas que, aliás, também são identificáveis com a mesma técnica (possivelmente os únicos pontos que causarão dano mais considerável do que o de uma agulha). Os Colossos tem diversas formas, podendo variar desde simples gigantes até aves, insetos, etc.

Se acostumar com o jogo exigiu um tempo considerável, pois estamos falando de um gênero que sofre mudanças de décadas em décadas e, embora não seja uma mudança drástica, a jogabilidade exige um raciocínio a mais do jogador, algo como "fazer o evento 'x' de 'n' formas diferentes, objetivando o sucesso". Não existe uma estratégia única e repetitiva a ser seguida, e isso torna o improviso um fator eminente para derrotar cada Colosso (16 no total).


De uma forma geral, Shadow of the Colossus merece nota máxima em todos os conceitos. É um jogo em estado de arte. Jogo indispensável, até para os que não gostam do gênero.

E assim termino meu primeiro review. Espero que tenham gostado e experimentem. Podem não concordar com o que eu digo, mas pelo menos terão tirado suas próprias conclusões. Façam seus próprios reviews!!!

--- OFF-TOPIC: Aproveitando a deixa, Feliz dia do Amigo para todos!!!

2 comentários:

sei la disse...

poxa cara flou bonito gostei muito do seu review vou falar uma coisa pow alem de Shadow Of The Colossus ser um jogo show ele tem um lugar secreto agora eu me esqueci mais vc so pode ir acho q depois de zerar nom lembro direito mais pow muito show seu review e alem do mais os colossus vaum ficando cada vez mais sinistro tem colossus q fica na água, na terra, no ar e dentro da areia XD mais ta show leke continua assim em q teu blog vai crescer mais ainda XD vlw leke fui abraços

Anônimo disse...

shadow of colossus é um jogo em que se deve ter atenção para tudo oque se olha.... zerei o game há alguns anos e até hoje não vi nenhum melhor (PS2) do que shadow
.....
Mas shadow tem alguma ligaçao com o jogo ICO?...